Socializar, praticar esportes e aprender: importância para o desenvolvimento do bebê
Nem só de boa alimentação e idas ao pediatra depende o bom desenvolvimento do bebê nos primeiros mil dias
Nem só de boa alimentação e idas ao pediatra depende o bom desenvolvimento do bebê nos primeiros mil dias
Nem só de boa alimentação e idas ao pediatra depende o bom desenvolvimento do bebê nos primeiros mil dias. O desenvolvimento físico, social e emocional do bebê tem grande impacto no adulto que ele se tornará no futuro. Mesmo na mais tenra idade, quando o pequeno mal se enxerga como um indivíduo no mundo, devemos estimulá-lo por meio de amizades, brincadeiras, esportes e outras atividades.
Michele Pergher, professora de educação física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, explica que há diversas formas de estimular o desenvolvimento da criança na primeira infância. Ela é responsável pelo programa Little Kickers, um projeto fundado na Inglaterra com o objetivo de combater a obesidade infantil por meio do futebol. No Brasil, ganhou novos contornos e os bebês que participam também aprendem inglês enquanto praticam o esporte e outras atividades.
“Trabalhamos com crianças a partir de um ano e meio até sete anos de idade. Para cada grupinho há um programa específico”, explica. “Para os bebês, as atividades são bastante lúdicas, sem pressão e sempre com a participação dos pais”, completa.
Apesar de o projeto ter nascido para combater a obesidade infantil — problema grave no Brasil, visto que uma em cada três de nossas crianças apresentam sobrepeso — a atividade física traz outros benefícios para o desenvolvimento global dos pequenos. Como o futebol é um esporte coletivo, os pequenos aprendem a interagir em grupo: sabem que é necessário esperar a sua vez de chutar a bola, ouvir o que o professor tem a dizer e torcer pelo amiguinho.
Por meio das relações que estabelece, o bebê passa a se enxergar como indivíduo e entende que precisa aprender a se comportar em sociedade. Para a criança que ainda não vai à escolinha, tal socialização pode ajudá-la a se desgrudar dos pais, a adquirir certa autonomia e a se adaptar melhor na escola no futuro. Além disso, para que as atividades aconteçam, é preciso seguir a rotina proposta pelo responsável, fundamental para desenvolver um senso de disciplina.
“Rotina, socialização, disciplina, autonomia, respeito pelo próximo…tudo isso é ensinado pelo esporte”, diz Michele. “Em relação aos aspectos físicos, a criança ainda desenvolve coordenação, balanço e equilíbrio”, completa.
Além de praticar um esporte, Michele destaca a importância de permitir que a criança exercite a sua imaginação e criatividade por meio das brincadeiras. No projeto, as aulas de futebol — principalmente para os menores — têm temas específicos, como passeios no fundo do mar ou no espaço.
“Hoje em dia as crianças recebem tudo muito pronto: brinquedos, tablets… tudo é muito visual e a coloca em posição de passividade”, destaca. “É importante que ela seja estimulada a imaginar e a criar, construir coisas novas. Assim, um cone pode virar uma árvore em uma aula, quando o tema for floresta, e em outra virar um coral no fundo do mar”, diz.
Por fim, Michele acrescenta que a primeira infância é um período propício para ensinar novas habilidades para a criança, como o aprendizado de uma segunda língua. O cérebro do seu filho está se desenvolvendo como nunca na vida. Por isso, permitir que ele entre em contato com outros idiomas, tanto quanto ler, escutar música ou ouvir histórias, irá estimular seu desenvolvimento cognitivo e intelectual.
Por fim, não deixe de cuidar bem da saúde global do pequeno. Amamentação exclusiva até seis meses e complementar até pelo menos dois anos, boa alimentação e idas regulares ao pediatra são fundamentais. A presença dos pais, assim como um ambiente tranquilo e harmonioso em casa, também são muito importantes.
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